Presidente de federação espera que mudança em Norma Regulatória limite o peso dos sacos de cimento em 25kg, reduzindo o risco de lesões entre os trabalhadores
O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira da Central Única dos Trabalhadores (FNTICM/CUT), Cláudio da Silva Gomes, espera conseguir inserir uma cláusula sobre peso adequado para cargas carregadas pelos trabalhadores da construção civil, na Norma Regulatória (NR) 18 do Ministério do Trabalho e Emprego, que trata das condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, visando a proteção à saúde. O objetivo é parte da campanha que exige a redução do peso dos sacos de cimento para 25 quilos, na América Latina.
A campanha, intitulada “25 quilos… Não Mais”, foi iniciada em outubro de 2012, pela Internacional de Trabalhadores da Construção e Madeira, e exige a redução do peso nos sacos de cimento em toda a América Latina, que atualmente está entre 40 e 50 quilos, com o objetivo de evitar lesões progressivas ou permanentes na estrutura física dos trabalhadores. A campanha será dirigida a empregadores, fabricantes, entidades representativas e instituições governamentais.
Segundo a Internacional, o levantamento e a manipulação de cargas acima de 25 quilos causam lesões musculares na coluna, pescoço, ombros e cotovelos. Além do desgaste físico, estas lesões podem se tornar irreversíveis, reduzindo a vida produtiva dos trabalhadores.
Gomes afirma que a luta pela redução não é nova e não vê dificuldades que possam impedir a adequação. “Essa é uma demanda que vem de longa data. Nós estamos recolocando o assunto em pauta para termos êxito nas mudanças que buscamos. Levaremos essa discussão para a Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, para que seja incorporada a NR18. Até para a indústria, em relação a armazenagem e manuseio, é vantajoso. É só uma mudança no processo de embalagem, que não deve acarretar custos significativos”, analisa.
A NR estabelece diretrizes administrativas, organizacionais e de planejamento, que pretendem a implementação de medidas de controle e prevenção nos processos, nas condições e no ambiente de trabalho na indústria da construção. Se enquadram nesta norma os serviços de construção, demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e paisagismo.
De acordo com o dirigente, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam que o limite seja de 25 quilos, e os 27 países da União Europeia já se adequaram a esse parâmetro.
Segundo Gomes, peso do saco de cimento é uma questão importante, mas não é o único problema. “Essa é uma demanda recorrente nas discussões sobre saúde e segurança no trabalho, pois a carga de 50 quilos é um dos principais causadores de problemas nas vértebras, por exemplo. Mas também existe o problema do corte de paredes com serras circulares, que levanta uma nuvem de partículas, como a sílica, que podem ser aspiradas e causar um dano permanente no pulmão. Além do risco de alergias e outros problemas, que vão se acentuando com o passar do tempo”, explica o dirigente.
Fonte: redebrasilatual.com.br