São Bernardo produz diariamente 600 m3 de resíduos da construção civil, mas somente 200 m3 são reciclados na Urbem (Usina de Reciclagem e Beneficiamento de Entulho e Materiais), única empresa no município especializada no reaproveitamento de resíduos para produção de areia e outros materiais de construção.
“Poderia reciclar mais, porém a maior parte vai para aterro, porque não há triagem dos materiais, como plástico e móveis”, afirma o gerente comercial da usina, Marcelo Baldini. Por dia, a Urbem recicla apenas 400 m3 de resíduos, provenientes também de cidades vizinhas.
Operando com toda a capacidade instalada, Baldini diz que a empresa poderia crescer se o mercado fosse estimulado para o consumo de materiais reciclados. Conselheiro da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição, Marcelo Baldini é um dos convidados da regional de Santo André do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) no seminário Resíduos da Construção Civil: Soluções e Oportunidades, que será realizado dia 8 de agosto, das 8h às 13h, no Anfiteatro Heleni Guariba, no Paço, em Santo André.
Com apoio do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), o seminário vai reunir gestores de municípios, órgãos públicos, construtoras e incorporadoras e outros profissionais envolvidos no processo de descarte de resíduos de material de construção para discutir a forma correta de descartá-los, como descartá-los e políticas públicas que podem ser adotadas.
“A correta gestão dos resíduos sempre começa no projeto da obra, pois mais importante que cuidar dos resíduos é não gerá-los”, afirma Lilian Sarrouf, coordenadora técnica do Comasp (Comitê de Meio Ambiente) do SindusCon-SP .
Pequeno construtor
Segundo Lilian, 70% dos restos de materiais de construção são descartados pelos pequenos geradores, que são munícipes que realizam pequenas reformas ou prefeituras. Já as construtoras e incorporadoras respondem pelos 30% restantes dos resíduos. “Desde 2003, estamos focando muito em divulgação, até para que o pequeno construtor também dê o destino adequado para o material”, diz.
Papel, papelão, gesso e metais podem ser entregues em recicladoras. Já madeira e outros resíduos devem ser encaminhados para pontos de coleta municipais. Na região, quatro cidades já possuem este espaço: Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá, que juntas somam 39 Ecopontos receptores de material.
Dos 645 municípios do Estado de São Paulo, 65 possuem legislação voltada para o descarte adequado de resíduos da construção civil. Outras 76 cidades estão elaborando ações para evitar danos ao meio ambiente por conta do despejo de cimento, madeira, tintas e outros materiais de construção. Mas este cenário tem de melhorar até 2014, prazo estipulado pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) para que todas as cidades do Estado criem e apliquem ações para o descarte adequado deste material.
Dois painéis
O primeiro painel apresentará as Políticas Públicas para os Resíduos da Construção Civil, Política Estadual de Resíduos Sólidos e Ações de Implementação, com palestra de João Luiz Potenza, diretor do Centro de Projetos da Coordenadoria de Planejamento Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente. Em seguida, haverá a palestra da Cetesb a respeito de Licenciamento dos Aterros Inertes. Na sequência, Lilian Sarrouf falará sobre a resolução Conama 307/2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. O engenheiro Samir Geleilete, diretor do Departamento de Resíduos Sólidos do Semasa, encerra o painel ao falar das ações na gestão de resíduos de construção.
Outro painel, “Resíduos da Construção: Soluções, Redução, Reutilização e Reciclagem”, reunirá além de Marcelo Baldini, Carlos Roberto de Luca, diretor da Associação Brasileira de Drywall; e Maria Amélia, que falará sobre resíduos de impermeabilização.
As inscrições para o seminário Resíduos da Construção Civil: Soluções e Oportunidades são gratuitas e devem ser feitas até 6 de agosto, pelo telefone (11) 4990- 6433 ou sindussan@sindusconsp.com.br.
Fonte: reporterdiario.com.br