O Grande ABC superou as expressivas vendas de imóveis em 2010, e, com isso, fechou o ano com alta de 8,57% sobre o resultado anterior. Com 7.307 unidades adquiridas, 2011 também bateu o número registrado em 2008 – ano pré-crise e considerado bom pelo mercado porque atingiu 6.952 unidades, segundo melhor resultado em cinco anos.
A crise havia derrubado o segmento a 5.126 apartamentos em 2009, quebrando sequência de boom na construção civil verificada a partir de 2007. Os dados foram divulgados ontem pela associação, sem considerar Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que somam quase 10% do mercado. O levantamento representa 85% do setor.
Apesar de mais lançamentos em 2011 – 9.008, expansão de 1,3% sobre o registrado em 2010 -, o segmento ainda não voltou ao recorde de 2008. Na época, foram colocados na região 9.119 conjuntos de edifícios.
O presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), Milton Bigucci, disse que os números refletiram “excelente ano”, dada a “pujança da região, cujo mercado continua bastante ativo”.
São Bernardo liderou as vendas. Foram 3.766 unidades, contra 1.324 de Santo André. Mauá e Diadema, apesar de baixa representatividade no comércio de imóveis, despontam com boas previsões de construção e aquisição neste ano.
Apesar de o público da região ter preferido apartamentos com três dormitórios – perfil mais vendido em 2011, com 3.949 (54% do total) -, o número reflete parte das unidades lançadas somadas a estoques que estavam no mercado por até três anos.
No ano passado, explodiu o total de novos condomínios de dois dormitórios, 5.404 – mais de 50% do total, havendo apenas 48 lançamentos de prédios com um dormitório. Bigucci disse que tende a subir preferência por dois quartos no Grande ABC.
Hoje, o metro quadrado custa entre R$ 4.500 a R$ 5.000, em média para dois dormitórios. Unidades do tipo têm entre 45 m² e 72 m². São Caetano tem o m² mais caro, segundo o presidente da associação, orçado em R$ 6.000.
Até dezembro, a previsão é que a equação entre lançamentos e vendas se mantenha “estável” – sem recuo ou crescimento – frente aos dados de 2011, o que já ocorreu em janeiro e fevereiro, previu Bigucci. A estabilidade é vista com bons olhos e deve se manter caso haja continuidade no desenvolvimento, e se a crise europeia não der sinais de se estender até o Brasil.
Falta de mão de obra emperra lançamentos, dizem empresários
A escassez de mão de obra qualificada é o principal problema que o empresário da construção tem encontrado, mostra sondagem da construção do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getulio Vargas). Esse foi o fator citado por 41,4% das 721 empresas do setor consultadas na pesquisa de fevereiro.
O problema também foi lembrado pelo presidente da Acigabc, Milton Bigucci, como entrave para o mercado da região. Os dados da pesquisa dizem, porém, que em fevereiro houve recuo de citações sobre escassez de trabalhadores do setor entre empresários. No mesmo mês de 2011, 47,1% das empresas haviam mencionado o problema.
“O mercado de trabalho continua sendo pressionado, o que mostra que a construção segue vivendo situação de atividade bastante aquecida”, disse a coordenadora de estudos de construção civil do Ibre, Ana Maria Castelo.
Apesar da pressão, Bigucci reiterou que houve “adequação” no segmento recentemente, de modo que o problema tem sido fator de menor importância – embora ainda expressivo no conjunto – para travar lançamentos.
Outras dificuldades enumeradas foram competitividade e custo maior desse trabalhador já raro na praça.
Fonte: www.dgabc.com.br